Quando eu tinha uns 14 anos e estava começando a curtir mais a fundo o heavy metal, fissurado em Iron Maiden, meu pai foi até uma loja de cd’s e comprou dois álbuns, um deles foi o “Reunion” de 1998 do Black Sabbath, cd duplo ao vivo com o retorno da formação clássica dos pais do heavy metal, e o outro foi “Deep Purple 30: Very Best of”. Lembro até hoje da cena, eu deitado na minha cama, na época com meu Disc Man no talo ouvindo o álbum “Brave New World” do Iron Maiden – álbum esse recém lançado- e chega meu pai, me entrega os dois cd’s e diz: “Escuta esses álbuns, pois essas bandas que criaram o estilo que tais escutando hoje”.
Eu todo empolgado, já tirei o cd do Maiden e toquei ficha no álbum do Sabbath. E que álbum!! Curti os dois CDs, pois se trata de um álbum duplo, e em seguida coloquei o Deep Purple. Na época eu era meio extremista de mais, e assim que escutei os teclados nas músicas já criei aversão ao som da banda. Meu pai me perguntou o que eu tinha achado dos álbuns, logo respondi: “O Sabbath é muito foda, que riffs de guitarra pesados e o vocal do Ozzy é matador, mas aquele teclado do Deep Purple não dá né... estraga as músicas.”. Meu pai é fanático por Pink Floyd e Yes e eu já comentava com ele que acha os teclados desnecessários nas músicas. Olha o quão idiota eu era... um pirralho de bosta que não sabia o que tava falando...
Mas aí nós vamos crescendo, evoluindo com o passar dos anos, descobrindo novas vertentes musicais e aprendemos que se o pai ou a mãe falam que um negócio é realmente bom, então é melhor prestar um pouco melhor a atenção no que eles falam. Aquela coletânea do Deep Purple que ganhei tocou no meu Disc Man repetidamente até eu me acostumar com o som, então fui descobrindo que além de um dos melhores vocalistas da face da terra, Mr. Ian Gillan, aquele teclado que eu achava chato e “impertinente” no meio do Hard Rock que o Purple nos oferecia era na real majestoso, peculiar, pesado, técnico e fazia duelos incríveis com os solos de guitarra de Ritchie Blackmore. Aquele teclado era dignamente destroçado por Jon Lord, um dos tecladistas mais fantásticos da história da música.
Infelizmente não pude presenciar a performance ao vivo do mestre Jon Lord nos teclados do Deep Purple pois no show que assisti em Curitiba no ano de 2006 quem conduziu as teclas foi o também fodastico Don Airey ( sabe a introdução de sintetizadores feita na música Mr. Crowley da carreira solo do Ozzy... pois é, ele que gravou... ). Mas posso dizer que aprendi com meu pai e com Jon Lord o quanto um instrumento, seja ele qual for, bem tocado fica eternizado na memória de qualquer amante de boa música e isso só se torna explicito quando os pelos do meu braço levantam ao ouvir o início de “Perfect Strangers” e “Child in Time”. Obrigado Pai!!Obrigado Jon Lord!!
por Murilo Soares.
2 comentários:
Também fui nesse show em 2006 no Curitiba Music Hall, uma pena que Lord não estava mais na banda. Gostaria de vÊ-lo e ouvi-lo!
RIP!!
Fala meu véio, é o Tchela. Na verdade eu curto apenas algumas músicas do purple, as mais famosas, acho show, e diferentemente de vc no início, além de não gostar, eu nem presto atenção na melodia que os teclados introduzem na música. Vou começar a ouvir com mais argúcia. Belo trabalho no cabana cult, parabéns.
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