Desde pequena eu sempre gostei de cantar. Se procurarmos bem aqui em casa, quem sabe encontraremos uma fita K7, aonde com uns 6 anos eu cantava “Sonho de amor”, da Patricia Marx, recentemente regravada por Zezé e Luciano. Meus pais nos deram um violão e um mini acordeon, mas na época, eu e minha irmã não nos empenhamos muito em aprender a tocar.
Tenho na família vários músicos, uns por profissão, outros por hobby, então talvez seja por isto que tenho esse amor pela música correndo entre as veias. Meu pai, na viola é o meu ídolo, ele vai ficar encabulado quando ler isso, mas eu o acho muito fera. Desde que me conheço por gente é que o vejo tocar violão, todos os dias, várias horas por dia. É uma coisa tão comum na minha casa que às vezes, gente já nem percebe. Mas ele nunca pára sempre acha que sabe pouco e treina mais, e mais... Toca viola caipira e um violão doze cordas que é uma maravilha. Minha mãe não toca, mas aprecia e apóia sempre. Tem também meu tio, Porto Carreiro, famoso por vários lugares de todo o Brasil, além de agitar todos os anos a Festa do Pinhão, esse volta e meia nos reunirmos e festa está feita. Os demais tios que já tiveram muitas bandas, mas hoje só tocam nas festas da família, mas como se pode perceber, estar entre eles, tocando e cantando, pra mim é a concretização da felicidade.
Foi assim a minha infância, cheia de música, cheia de sertanejos cantados pelo meu pai e meus tios e também os sons que meu pai ouvia em casa. É por isso que quando tocam as “caipirosas” eu canto junto e todo mundo se espanta por eu saber as letras.
Mas e o gosto por rock, de onde veio? Tudo culpa do Sr. Antônio...
Ele é total sertanejo raiz, mas também curte um bom rock antigo. “Foi ele quem comprou uns CD’s, lá por 1995, quando recém tinham popularizado esses ‘discos compactos”, e eu os guardo até hoje. Um deles tinha duas caras muito estranhas feitas de lata. Eu sempre olhava aquilo e não conseguia compreender o que poderia ser e achava engraçado. Mas algo me chamava atenção naquele disco estranho. O encarte tinha umas pessoas correndo com uns panos grandes que se entortavam com o vento, uma luva de boxe e um cara afogado na praia. Eu não conseguia entender o que aquilo tinha haver e com o quê, mas achava bacana, pois gostava do encarte e também de algumas músicas. Outras eu achava estranhas, demoravam muito a começar, mas eu ouvia mesmo assim, em especial a faixa sete e a dez, repetidamente. O tal CD era o recém lançado “The division Bell”, do Pink Floyd. Além dele tinha um dos Stones, eu os achava meio “bixas”, assim como o Freddye Mercury, o qual eu achava que (ele) se chamava “Queen”, mas era divertido. Tinha outro do Bon Jovi, o Cross Road, e um do Bryan Adams. Tinha também o adorado “Those broken heart rock”. Me amarrei nas músicas do U2, Queen, The Cure e Scorpions. Ouvia “Wind of change” repetidamente até aprender assoviar sua introdução corretamente. Então por já estar enjoada demais das minhas fitas da Sandy e Jr, Xuxa, Eliana e por ai vai, acabei por aposentá-las. Eu tinha dez anos, e esse foi meu primeiro contato com o rock.
Mas não foi só isso. Meus primos, mais velhos, eram viciados em Raul Seixas e também em Pink Floyd. Eles tinham um quadro do Raul que eu chamava de “quadro do bruxo”. Comecei a achar que aquilo que eu estava conhecendo era “legal” e comecei a fussar nos cd’s deles, pra ver o que mais poderia ser “legal”, e gostei também de uma banda que tocava “Envelheço na cidade”, então eu dizia que era “fã” de Ira!
Daí em diante, fui conhecendo novas bandas e a que mais marcou minha adolescência foi Guns. Meu, que fase! Eu tinha um FLOG, nos tempos do ICQ e da internet discada (bons tempos, exceto pela internet discada), aonde eu me nomeava de “Slash Girl”. Fiz boas amizades, algumas cultivo até hoje. (Nessa época aprendi assoviar a introdução de Patience), se é que vem ao caso.
Meu pai também me “apresentou” a música clássica, algo que tenho paixão também. Meus olhos brilham assistindo um concerto. Quer ver essas ópera-rock, Jesus! A gente sempre assiste juntos.
Minha mãe é o coração da casa. Ela não gosta taaaanto assim de música, mas gosta de cantar e de ver a gente fazendo, capiche? Ela dá muito apoio e mesmo quando eu toco uma nota toda fora, ela diz: “- Nossa, continue assim, você está melhorando!” e nunca achou que fosse desperdício gastar dinheiro fazendo aula de música, ao contrário de muitas mães por ai.
Por fim, quero ressaltar é que foram meus pais que me fizeram ser quem sou, gostar do que gosto, sempre prezando pela qualidade. Quando pequena, eles me colocaram nas aulas de flauta e teclado e eu, por impaciência, desisti depois de um tempo. Comecei violão várias vezes e também desisti porque eu não tinha a cabeça que tenho hoje. É que eu pensava que as coisas tinham que acontecer de uma hora pra outra, queria aprender em dois dias. Mas hoje eu aprendi a ser paciente e compreensiva. Sei que tenho muito à aprender, mas eu não ligo, não me importo mais com o tempo, e sim com o meu objetivo:
“Vou persistir, para um dia ser igual ao meu pai!”.
Ganhei do meu noivo um DVD do Scorpions com a orquestra de Berlim, o qual assisti com meu pai esta semana. Super recomendo, é um espetáculo de arte!
Termino com um vídeo deste show. Nem precisa olhar o nome da música, né?
Queijos,
Pathy.
por Patrícia Grah.
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