Onde guardei meu pai...
Anna Back.
Ao nascer, ganhei um pai abençoado!
Um homem–menino levado.
Que nasceu para ser, para dar sorriso,
Moleque, por trás do semblante, escondido.
Mão estendida, que me guiou na vida!
Era leve andar na vida, ao seu lado.
O vento batia, seu sorriso espalhava...
Em tudo e com todos fazia graça,
No trabalho, em casa, comigo,
Nas conversas, encontros, Papai-sorriso!
De mãos dadas caminhamos...
Grandes amigos nos tornamos.
Me ensinou, me encaminhou,
De seu caráter, no bem, forjado,
A ser, também, homem honrado.
Meu pai... meus pais, família querida,
Que me deram muito, além da vida,
Me mostraram caminhos a seguir.
Exemplo passado, trajeto traçado,
Seguindo seus exemplos, saberei aonde ir.
Mas veio a doença, as dificuldades,
E conheci da vida, as crueldades.
Amigo doente, mas que foi persistente
Quis seguir sorrindo, acabrunhado...
Começaram as mudanças na vida da gente!
Quis o destino, a vida, nem sei...
De repente, forçadamente, eu o larguei.
Sorriso apagado, semblante mudado,
Ele seguiu para um local que será referência
Da condição física, palpável, sua ausência.
Porém, não guardei meu pai naquele lugar.
Guardei-o no peito, vivo ele está, no meu coração.
Nas boas lembranças, carinho, alegria eternizada...
Meu filho sorri e me diz, pra consolo, no fundo do olho:
Aqueles que amamos nunca morrem, estão aqui!
2 comentários:
OLha. . . emocionante mesmo. Touching.
Carlos Piske
Nossa, não pude deixar de molhar os olhos ao ler este poema, tão profundo e cheio de sentimentos.
Parabéns pela sensibilidade ao transformar seus sentimentos em palavras.
Abração
Postar um comentário