Tempo.
É engraçada a sensação que temos ao estar num lugar que não é o nosso, mas o bacana disso é podermos observar as pessoas, seus hábitos, culturas e costumes. Gosto de imaginar o que elas pensam, o por que de estarem naquele lugar, naquele momento, fazendo o que estão fazendo.
Vou lhes contar um destes meus momentos...
“... Olho para o lado e observo uma senhora chiquérrima, usando uma bolsa que custa o equivalente ao salário de um mês do meu trabalho, um relógio de ouro, um anel de pedras caras, um brinco chique, conversando no seu celular top de linha, falando com alguém aparentemente sobre negócios. A conversa durava bastante tempo, o suficiente para eu prestar atenção em outras pessoas e esquecer daquela bonita senhora chique.
Olho para o outro lado e observo um senhor, de bastante idade, carregava apenas uma bolsa bem pequena, provavelmente deveria ter despachado outra bolsa maior na bagagem. Fiquei imaginando que aquele senhor, muito quieto e com uma cara tranquila deveria estar indo ou voltando de visitar algum parente. Nosso destino era São Paulo – Joinville, e ele tinha cara de morar em Joinville. Não também sabia explicar por que, mas ele tinha cara.
Esqueço do senhor e começo a procurar pelo meu noivo, que saiu para buscar uma água já havia um bom tempo e ainda não tinha voltado. Como toda pessoa neurótica comecei a imaginar que tinham o assaltado, e que por ele ter reagido tinham lhe dado um tiro e por motivo de não causar pânico naquelas milhares de pessoas, ninguém tinha anunciado nada ainda, mas que ele poderia estar morto ou agonizando em algum lugar que ninguém tenha visto! – brincadeira! :D – mas já estava me preocupando, quase à este ponto, quando enfim ele voltou com a água. Um pouco mais de tempo e seria verdade.
Começo a observar geral, todo o local onde estou, todo mundo tem muita pressa, são muitas expressões diferentes, mas todas demonstram uma única coisa: estavam atentas aos seus horários!
Com isto fiquei pensando que vivemos em um mundo muito populoso, aonde para que as coisas possam funcionar, precisamos estar sempre cumprindo horários, correndo contra o tempo, buscando soluções para todas as coisas e principalmente dependendo de outras pessoas para que possamos sobreviver. É tudo muito corrido, é muita cobrança, é uma luta diária contra o relógio por que o que não podemos é parar no tempo!
Volto olhar para a senhora chique, ela continua numa ligação importante, com muita pressa de resolver o que quer que esteja fazendo. Do outro lado, aquele senhor continua calmo e sereno, sem demonstrar pressa nem ansiedade como as outras pessoas.
Talvez ele não precise mais correr, porque provavelmente já lutou contra o tempo durante toda sua vida.”
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