20 de julho de 2012

As redes sociais e a estagnação do pensar - por Patrícia Grah



Em 2004 fiz um Orkut. Uma rede social com a qual conheci muitas pessoas. Era maravilhoso, aquilo parecia ser um trampolim para te levar à outro mundo. Eu tinha poucos amigos e não tinha paciência de “explicar o que era Orkut” quando eu perguntava se alguém o tinha. Os anos foram passando e foi virando uma palhaçada. Você abria sua página de recados e era só uma infestação de frases de auto-ajuda e bonecos piscando, todo mundo compartilhando abobrinhas e etc. Tinha seu lado bom, mas o lado ruim começou a prevalecer e em 2009 migrei para o Facebook.
Minha nossa, que maravilha era aquilo! Poucas pessoas o tinham, quem escrevia, escrevia por si, e as atualizações eram apenas fotos pessoais, pensamentos e coisas com cabimento. Mas ai, todo o povo do Orkut, assim como eu, descobriu o facebook. Bastaram-se dois anos para popularizá-lo e as duas redes sociais se igualarem.
Está muito chato! Ninguém mais pensa por si porque compartilhar é bem mais fácil. Você entra na esperança de ler algo interessante, de ficar sabendo da programação dos eventos da cidade, de trocar recados ou um papo com seus amigos, mas só o que se vê é aquela infestação de imagens de crianças com um texto de auto-ajuda, de pessoas que nunca vão à igreja de pagando de religiosas, (algumas bem safadas, por sinal) postando trechos bíblicos, achando que desta forma irão adquirir uma moral satisfatória. No frio, todo mundo reclama e fala do frio, no calor, reclamam do calor. Sem deixar de citar aquela mesmice da maioria reclamando da segunda feira, ao invés de agradecer à Deus por ter um trabalho, e quando é terça e quarta reclamando porque “ainda falta muito” pra chegar a sexta, e quando é quinta dizendo que “falta pouco”, e sexta, aff, sexta nem se fala, né? (Ainda bem que eles avisam! Porque eu ainda não decorei a ordem dos dias da semana).
Sabe, um ou outro, vá, lá! Mas é somente disso que se fala ultimamente, salvo raras exceções, porque é claro, tem muita coisa útil e muita gente cabeça escrevendo à todo instante.
Não falo somente por mim, mas por todo mundo que tenho conversado. Esses dias postei algo referente à este tema e em seguida minha time line estava repleta de indiretas do tipo: “Os incomodados que se retirem”.  Okay! Mas eu já me retirei uma vez, lá do Orkut, agora, vou sair daqui e vou pra onde até “eles” aparecerem?
Sabe, eu não quero que as pessoas se ofendam, mesmo porque são muitas as pessoas as quais eu gosto, tenho carinho que talvez vão se “queimar” ao ler isto, mas o que eu quero enfatizar aqui é que devemos pensar! Colocar mesmo a cabeça pra funcionar e não ficar apenas compartilhando besteiras e idéias de outras pessoas, não só no facebook, mas no nosso dia a dia. É muita preguiça e comodismo rolando e assim ninguém cresce...
Temos uma ferramenta de grande poder nas mãos - a liberdade de expressão – e esta deve e precisa ser usada! Vamos aproveitar disto para expor nossos pensamentos e opiniões, por mais que as vezes não tenham sentido para alguns, mas autenticidade é fundamental.

Afinal, como já dizia o filósofo:
“ – Quem não pensa é pensado pelos outros!”

E isso, ninguém quer, não é?
Liberdade de expressão, essa é a minha opinião.

Queijos,

Pathy

1 comentários:

Foi por isso que eu não deixei o Orkut...

Porque lá tem uma coisa que se chama "comunidades", onde se pensa por si mesmo e onde as ideias trocadas costumam ir além de duas linhas mal escritas. Tá certo, no início era um festival de bobagens. Mas depois que os bobos migraram, o debate mudou de nível. E muito!



Ah... e essas informações permanecem (ao menos enquanto o usuário mantiver seu perfil por lá), não se escondem nem vão se perdendo num fundo branco de um dia para o outro.

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