Imagem: Reprodução Internet.
Quando criança, meu sonho era ter um Super Nintendo. Ah, como eram felizes as crianças que jogavam Super Mario! Eu então seria a menina mais feliz do mundo se pudesse “jogar Mário” em casa! Ansiava pelo final de semana para ir à casa dos primos jogar aquele jogo tão espetacular e fabuloso, onde “Salvar a Princesa” era coisa de gente “foda”! Passaram-se os anos e, minha irmã e eu ganhamos o tão sonhado vídeo game, mas era uma briga porque ninguém queria ser o “Luigi”. Sabe, ter uma irmã era bom, eu tinha companhia, tinha mais brinquedos (porque usava os dela) e eu... Tinha que dividir o quarto com ela! E era um saco!
Eu queria dormir, ela queria ler, e vice e versa. Eu queria ouvir musica, ela queria dormir. Eu queria ficar na internet, que era discada e só podia entrar depois da meia noite, e ela reclamava do barulho do computador (acho que usavam ventoinha de motor de carro naquela época, só pode!). Então, de tanto insistir, nossos pais deram um jeito na casa e enfim, cada uma teve seu quarto. Ah, como era bom, fazer o que eu quisesse, dormir a hora que quisesse, conversar no telefone até tarde!
Porém, nessa época eu estava na fase “crítica” da escola, tipo lá pela sétima série. Eu odiava os alunos, eu odiava (a maioria dos) professores, o conteúdo, enfim, tudo! Eu pensava que “quando acabassem os estudos” eu encontraria a felicidade. E me formei.
Agora, estava com outro incômodo: O que fazer com tanto tempo livre? Engordei. Claro, sem ter o que fazer só comia. E lá começou uma nova luta, um novo propósito de alcançar uma meta que “resolveria” minha infelicidade. Emagreci. O que mudou foi apenas o fato de ter mais facilidade em encontrar roupas e me olhar no espelho. Eu não podia mais sair pra comer/beber com tanta frequência e isto me frustrava.
Percebi que precisava voltar a estudar. Entrei pra faculdade e gostei, mas ela me fazia abrir mão de muitas coisas, muitas festas e muitos programas. Começou a ansiedade e frustração esperando a formatura. Me formei e...
E então compreendi um fato muito importante: nunca estaremos satisfeitos! Porém, não podemos depender apenas daquilo que almejamos para sermos felizes. Ter metas, objetivos e ambições, é o que nos faz crescer na vida, mas temos que aproveitar cada momento.
Ainda não tenho tudo o que gostaria, espiritual e materialmente, mas o tempo e a vida me ensinaram que satisfação não está inteiramente ligada à felicidade, pois satisfação é você se sentir realizado por alcançar tudo aquilo que com empenho e dedicação que você vinha buscando e, felicidade é você não ter tudo o que gostaria, mas compreende que estar insatisfeito é a alavanca que te impulsionará para onde você quer chegar e, mesmo assim, valorizar tudo, seja bom ou não, que lhe fez chegar aonde chegou.
por Patrícia Grah.
1 comentários:
Show Patrícia!
Acredito nisso também, que satisfação não é felicidade e sim a busca de algo melhor a cada dia.
Adorei seu texto!
Beijão
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