Cacumbi, Quicumbi, e Ticumbi referem-se a diferentes folguedos afro-brasileiros que têm como núcleo os Reis Congos e o louvor a São Benedito e Nossa Senhora do Rosário; são, portanto, variantes das congadas.
O Catumbi de Itapocu
A localidade de Itapocu era conhecida como Porto Sertão, um reduto de negros escravos e libertos oriundos das regiões vizinhas e de outras do país, que mantinham o Catumbi como uma de suas manifestações culturais. Em 1854, criaram no povoado a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e, assim, incluíram a festa no calendário religioso.
Maoel Bangala foi nomeado Capelão da igreja e o escravo Antônio Crioulo tornou-se o capitão do grupo de Catumbi do Itapocu. Apesar de ter sofrido algumas intervensões, o grupo sobrevive ao longo desses 150 nos como um marco de resistência e organização cultural.
Hoje existem duas igrejas na comunidade de Itapocu: a do Sagrado Coração de Jesus, dos brancos, e a de Nossa Senhora do Rosário, dos negros. Para construir a sua, em 1868, os membros da Irmandade utilizaram as pedras da antiga igreja e os fundos arrecadados através de doações e festas promovidas por eles.
O Catumbi de Itapocu
A localidade de Itapocu era conhecida como Porto Sertão, um reduto de negros escravos e libertos oriundos das regiões vizinhas e de outras do país, que mantinham o Catumbi como uma de suas manifestações culturais. Em 1854, criaram no povoado a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e, assim, incluíram a festa no calendário religioso.
Maoel Bangala foi nomeado Capelão da igreja e o escravo Antônio Crioulo tornou-se o capitão do grupo de Catumbi do Itapocu. Apesar de ter sofrido algumas intervensões, o grupo sobrevive ao longo desses 150 nos como um marco de resistência e organização cultural.
Hoje existem duas igrejas na comunidade de Itapocu: a do Sagrado Coração de Jesus, dos brancos, e a de Nossa Senhora do Rosário, dos negros. Para construir a sua, em 1868, os membros da Irmandade utilizaram as pedras da antiga igreja e os fundos arrecadados através de doações e festas promovidas por eles.
Os Rituias
Os rituais do Catumbi podem ser divididos em preparatórios e do Natal. Os primeiros iniciam-se em setembro e se estendem até dezembro, e os de Natal incluem a véspera e o dia 25.
23 de dezembro – Após a realização das novenas, o grupo de Catumbi e os fies fazem o translado das coroas, que permaneceram na igreja durante todo o ano, para a Casa do Império, em frente a igreja.
24 de dezembro – À noite, antes da novena, uma procissão parte da Casa do Império para a igreja, tendo à frente o grupo de Catumbi, o Rei e a Rainha, já coroados, os juizes e fiéis. Após a novena, esta procissão retorna para a Casa do Império, levando as bandeiras e as coroas. A imagem de N. Sra. Do Rosário é levada também em procissão para a casa do Rei e da Rainha, e ali permanece até a manhã do dia 25.
Os componentes do Catumbi
O Catumbi é composto por um Capitão, duas Porta-bandeiras, dois Tamboreiros, um Rei, uma Rainha e vários Dançantes.
O Cacumbi de Itapocu segundo relato do Capelão.
O culto a Nossa Senhora do Rosário começou no tempo da escravidão na localidade de Itapocu, município de Araquari. Osvaldo Mário Eufrásio, Capelão da igrej há cinqüenta anos, conta que esse culto teve início quando o escravo Manoel Bangala, acompanhado de Antônio Crioulo, deixou a terra do café, no norte do Paraná ou sul de São Paulo. De lá partiu para fundar, em 1854, a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, trazendo para Itapocu inclusive uma imagem da santa.
Mas como este culto se moldou, numa mistura de orações, cantos, danças e batuques? Contava o escravo Manoel Bangala, como havia ouvido dos mais antigos, que, certa vez, dois escravos estavam sendo perseguidos pelos senhores, pelos capitães do mato e por cães de caça. Quando chegaram à beira um rio, se sentiram ainda mais acuados, pois não sabiam nadar. Encostaram-se num barranco e ficaram ali, esperando pelos cães que vinham na frente dos perseguidores, dispostos a devora-los.
Nessa hora de desespero, um deles prometeu fazer um culto à entidade que pudesse salvá-los. Imediatamente uma escuridão de formou entre eles e uma luz muito forte atrapalhou a visão dos perseguidores e o faro dos cães. Os perseguidores concluíram que ali não havia ninguém, que aquilo era uma aparição e foram embora.
A luz se dissipou aos poucos e no seu lugar surgiu uma moça muito bonita, que olhava sorrindo para os dois escravos. Um havia desmaiado e o mais corajoso perguntou então:
- Quem és vós?
E ela disse: - Eu sou a Senhora do Rosário e vim pra te salvar.
- Ah, eu lhe agradeço muito.
- Agradeces? Tu me agradeces? Mas tu me prometeste fazer um culto a mim, se eu te salvasse.
- Mas como, Senhora, que eu vou poder fazer um culto em sua honra, se eu não sei rezar?
- Tu não sabes cantar? Quando tu e os teus irmão vão para o trabalho, nos canaviais, nos cafezais, não vão cantando?
- Vamos.
-Vocês não vão improvisando versos?
- Vamos.
- Na hora que vocês voltam, no pouco descanso que têm, lá trancados na senzala, não tocam tambores?
- Tocamos.
- Vocês não tocam pandeiro?
- Tocamos.
- Vocês não tocam chocalhos?
- Tocamos.
- Então façam desta maneira um culto em minha memória.
E assim eles passaram a realizar o culto a N. Sra. Do Rosário com cânticos, danças e rituais. Dessa forma, o Catumbi passou a ser justificado para as gerações seguintes pelo escravo Manoel Bangala em Itapocu e que perdura até hoje, passando de geração a geração.
Fonte: CD Catumbi de Itapocu - Registro Sonoro da Música do Brasil, SESC Santa Catarina.
1 comentários:
Muito bom o post flavinho.
Rafa
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