10 de dezembro de 2012

História de meu cotidiano - por Marcos Rigol


Venho de uma geração de roqueiros dos anos 80, em que em minha opinião, foi o maior auge do rock nacional, mas em um desses momentos me veio uma pergunta? O que está acontecendo com as letras e melodias das músicas? Onde esta os protestos em forma de poesia? Se não formos muito longe, em décadas não muito distantes, a música estava sempre presente em vários aspectos em nosso país. Existiam muitas músicas que eram censuradas, não podia ser executada nas rádios e Tvs. Tínhamos artistas que brigavam por causas e ideologias, falavam de amor mais sincero e menos apelativo. Certa vez lembro que um cantor dessa geração falou em show... ”O Brasil é um país do futuro”, O que pensar disso? Talvez se ele estivesse vivo hoje, ele não repetiria essa frase. Vivemos num país onde impera o apelativo, canções pobres de poesia, melodias sem nenhuma estrutura e concordância, o famoso, é bonito ser feio. Onde as canções boas não são nem sequer analisadas pelas gravadoras, pois não dão lucros rápidos. Temos uns programas onde calouros se apresentam pra artistas famosos da música, tudo uma babaquice em minha opinião, pois quando um produto (letras e música) é bom nunca se precisou se promover esse tipo de programa. O pior de tudo, esses calouros interpretam músicas dos anos 70, 80 e 90, e por quê? Porque nada novo aparece, o famoso é apelar se fazer aparecer no forçado, fazendo com que as pessoas percam seu senso crítico sobre as poesias, sobre a arte em geral. Cabe a nós mesmos olhar esse cotidiano e mudar esse quadro, em que cada vez mais entra numa fase de decadência. Como sempre coloco uma canção em que lembro e escrevo sobre, essa é uma canção desse maravilhoso projeto intitulado ”Pouca Vogal”, que ainda são de dois gênios do rock brasileiro. A canção se chama a “Força do Silêncio”. Para que quiser ouvi-la segue a letra com o link do vídeo.



Força Do Silêncio
Pouca Vogal

Pra que tanta inteligência? Por que que tanta emoção?
Qualquer coisa em excesso faz sucesso meu irmão
Tanta gente com certeza, quanta gente sem noção
Em excesso até o fracasso faz sucesso por aí
E eu tenho fé na força do silêncio

Se as cores vão berrando no Sol ensurdecedor
Fecho os olhos, outro mundo, vou morar no interior
Transbordou a mesa ao lado um tsunami arrasador
Fecho os olho, outro mundo, vou morar no interior
E eu tenho fé na força do silêncio

A fé que me faz aceitar o tempo
Muito além dos jornais
E assim mergulhar no escuro
Pular o muro pra onda passar

Vi um punk na farmácia atrás de protetor solar
Baile funk no plenário, ambulância quer passar
Futebol, mesa-redonda, exorcista, camelô
A onda agora é outra onda um tsunami arrasador
E eu tenho fé na força do silêncio

A fé que me faz aceitar o tempo
Muito além dos jornais
E assim mergulhar no escuro
Pular o muro pra onda passar

por Marcos Rigol.


2 comentários:

A diferença da música de hoje para a música da década de 80 é que hoje só há música para entretenimento.

Concordo com o Anônimo. A música hoje é pra passar o tempo, entreter e divertir. Se colocar conteúdo na letra as pessoas não vão ouvir, ninguém quer pensar. Acho que é reflexo da mudança de pensamento da sociedade. Ficamos mais superficiais depois dos anos 1990.
Mas ainda existem os que resistem não é mesmo?

Postar um comentário